Porque ninguém admite que pode melhorar o pensamento crítico

É uma técnica treinável como qualquer outra habilidade

É uma técnica treinável como qualquer outra habilidade

Pensamento crítico é um dos conceitos mais valorizados no ambiente profissional. Ainda assim, diferente de matemática, negociação ou oratória, quase ninguém admite não dominá-lo bem. Ao contrário, costuma ser usado para criticar os outros, nunca para reconhecer limitações próprias.

Essa contradição mostra como o termo é mal compreendido e mal aplicado. Pensamento crítico não é uma qualidade inata, mas uma habilidade que todos possuem em algum grau e que pode ser constantemente aprimorada.

Na prática, quando alguém acusa outro de não ter pensamento crítico, geralmente quer dizer que a pessoa foi ingênua ou não analisou o suficiente. Essa visão é reducionista porque associa pensamento crítico apenas à atitude de desconfiar ou duvidar. Mas pensamento crítico não é mera postura de questionamento. Ele exige competência analítica, que pode ser desenvolvida com método e técnica. Assim como alguém se inscreve em cursos de oratória para melhorar a comunicação, também pode aprender a aprimorar seu raciocínio crítico.

Tecnicamente, pensamento crítico é a capacidade de estruturar raciocínios válidos, conectar premissas e conclusões de forma consistente e identificar falácias e vieses. É um exercício lógico e argumentativo, não apenas comportamental. Por isso, não deve ser tratado como uma característica vaga ou abstrata, mas como uma prática que depende de disciplina e rigor intelectual.

Ocorre, porém, que a sociedade costuma encarar a falta de pensamento crítico como um estigma. Isso cria preconceito: acusa-se o outro de não tê-lo como se fosse uma falha de caráter ou intelecto em solução, quando na verdade é apenas uma competência que, como qualquer outra, pode ser desenvolvida com treino.

É equivocado falar em “não ter” pensamento crítico. Todos o possuem em algum nível, assim como todos sabem algo de matemática, comunicação ou negociação, ainda que de forma limitada. A diferença está no quanto cada um investe em ampliar essa capacidade. Existem técnicas, ferramentas e exercícios que permitem fortalecer o raciocínio crítico, tornando-o mais consistente e eficaz.

Mudar essa perspectiva é essencial. Pensamento crítico não é um rótulo que separa os que “sabem pensar” dos que “não sabem”. É uma disciplina treinável, como qualquer outra. O verdadeiro erro não está em reconhecer lacunas, mas em acreditar que já se domina plenamente.

Resta, então, a pergunta inevitável: você exercita pensamento crítico como uma competência em constante desenvolvimento ou apenas se convenceu de que já o possui? A resposta sincera a essa questão é o primeiro passo para transformar um ideal abstrato em uma prática concreta e em permanente evolução.


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