Como organizar análises e soluções de problemas
Na minha vivência no mundo corporativo, o que eu mais testemunho — e provavelmente você também — são intermináveis reuniões com times dando opiniões divergentes, sem sentido, sem fatos, dados e métodos. Alguns poderiam dizer que o grande motivo para esta confusão mental é a ausência de um objetivo claro. Discordo, muitas vezes há um propósito bem definido, como decidir o próximo passo de um plano, avaliar a causa-raiz de um problema, criar novas ideias para aumentar as vendas, etc. Outros diriam que a culpa por reuniões desastrosas é a presença de pessoas desnecessárias, sem conhecimento ou desagregadoras, aumentando a entropia de opiniões. Discordo novamente, pessoas com novas perspectivas podem contribuir com pontos de vista antes não considerados.
Para mim, há dois motivos básicos para reuniões que possuem objetivo claro e pessoas competentes não chegarem a lugar nenhum. Primeiro, é o fator liderança: aquele gestor fraco que não consegue coordenar a ordem necessária para capturar ideias e organizar a discussão. Mas não se engane tanto com o primeiro motivo.
O segundo fator é mais importante: em geral, as pessoas não têm uma organização mental adequada para conduzir uma discussão coerente e criar ações palpáveis. Mas elas não sabem disso…. Essas mesmas pessoas vociferam uma máxima no mundo corporativo que diz: \”as boas decisões devem ser baseadas em fatos e dados\”, fazendo propaganda de nomes modernos como analytics, big data, algoritmos de decisão, etc.
Neste sentido, é muito comum ouvi-las se autointitularem como analíticas e dizerem orgulhosamente que precisam de dados para tomar decisões. Eu desconfio um pouco destas pessoas, pois tudo se torna um mero buzzword se a pessoa não tiver uma boa organização mental. Por mais informações que uma pessoa adquira, ela não vai conseguir usá-las de forma eficiente se não possuir dois atributos essenciais: (a) um raciocínio estruturado e (b) um raciocínio baseado em hipóteses. Dados e fatos não são nada sem essas duas habilidades.
Além disso, o mundo é feito de informações parciais e incompletas. Os executivos precisam tomar decisões rápidas. Você vai ficar esperando os dados e fatos perfeitos até quando? O melhor decisor não é aquele que possui todos os dados, tão pouco aquele que toma decisões de forma apenas intuitiva. O bom executivo é aquele que consegue diminuir a complexidade dos problemas e torná-los administráveis.
Estes dois atributos do raciocínio — ser orientado por hipóteses e rigidamente estruturado — são bastante recomendados por Ethan Rasiel em seus livros The McKinsey Way e The Mackinsey Mind. O autor defende que uma boa abordagem para solução de problemas depende dessas duas habilidades primordiais e é a chave para todo consultor ter sucesso ao ajudar seus clientes.
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