Filmes sobre gênios

Uma lista dos filmes mais marcantes sobre gênios ou quase-gênios

Uma lista dos filmes mais marcantes sobre gênios ou quase-gênios.

O Gênio Indomável (Good Will Hunting) – Robin Williams, Matt Damon, Ben Affleck (1997)

Will Hunting, um zelador de uma universidade, tem habilidades para a matemática, mas precisa da ajuda de um psicólogo para encontrar seu propósito.

Enredo e cenas

1. Will Hunting (Matt Damon) é um jovem brilhante, capaz de resolver teoremas matemáticos complexos com facilidade, mas trabalha como zelador no MIT e vive sozinho em um bairro pobre de Boston. Criado em lares adotivos e vítima de abusos, ele transforma sua dor em autossabotagem, impedindo-se de ter uma carreira estável ou um relacionamento duradouro. Quando resolve anonimamente um difícil problema de matemática deixado pelo professor Gerald Lambeau (Stellan Skarsgård), sua genialidade é descoberta, mas, ao mesmo tempo, ele se envolve em uma briga e enfrenta a prisão. Lambeau intervém e oferece a ele uma escolha: ir para a cadeia ou estudar matemática sob sua supervisão e fazer terapia com um psicólogo.

2. Depois de falhar com cinco terapeutas, Will finalmente conhece Sean Maguire (Robin Williams), um psicólogo que cresceu na mesma vizinhança e consegue se conectar com ele. Inicialmente, Will o provoca, mas Sean reage, deixando claro que não se intimidará. Em uma sessão marcante, Sean conta como desistiu de ver um jogo histórico dos Red Soxpara passar a noite com uma mulher que se tornaria sua esposa. Essa história inspira Will a tentar algo real com Skylar(Minnie Driver), uma jovem por quem ele se sente atraído. Enquanto isso, Sean e Lambeau discutem sobre o futuro de Will, e a tensão entre seus mentores faz Will perceber que todos são falhos, assim como ele. No entanto, seu medo de intimidade emocional o leva a afastar Skylar, e ele também rejeita as oportunidades que Lambeau oferece.

3. No auge da terapia, Sean repete para Will: “Não é sua culpa”, até que ele finalmente desaba, confrontando seu passado doloroso. Depois dessa revelação, Will decide mudar de vida. Em seu aniversário, seus amigos lhe dão um carro consertado, e ele escolhe partir para Califórnia atrás de Skylar, recusando empregos prestigiados. Antes de ir, deixa uma nota para Sean, usando suas próprias palavras: “Eu tive que ir ver sobre uma garota.” Sean, por sua vez, também decide viajar e se reconciliar com Lambeau. No fim, Chuckie (Ben Affleck) percebe com emoção que Will realmente se foi, cumprindo o desejo de vê-lo buscar algo maior. O filme termina com Will dirigindo rumo ao desconhecido, pronto para recomeçar.

CENA 1 – SENTADOS NO PARTE

1. SEAN: [sentado em um banco em frente a um lago no parque] Pensei no que você me disse outro dia, sobre minha pintura. Fiquei acordado metade da noite refletindo sobre isso. Algo me ocorreu… então caí em um sono profundo e tranquilo, e não pensei mais em você desde então. Sabe o que me ocorreu? Você é só um garoto, não faz a menor ideia do que está falando. Você nunca saiu de Boston, certo?

2. WILL: Não.

3. SEAN: Então, se eu perguntasse sobre arte, você provavelmente me falaria sobre cada livro já escrito sobre o assunto. Michelangelo, você sabe tudo sobre ele. Sua obra, suas ambições políticas, sua relação com o Papa, suas orientações sexuais, o pacote completo, certo? Mas aposto que você não sabe como é o cheiro dentro da Capela Sistina. Você nunca esteve lá de verdade, nunca olhou para aquele teto magnífico e viu aquilo com seus próprios olhos. Se eu perguntasse sobre mulheres, você provavelmente me daria um resumo sobre suas preferidas. Talvez até já tenha transado algumas vezes. Mas você não sabe como é acordar ao lado de uma mulher e sentir uma felicidade genuína. Você é um garoto durão. Se eu perguntasse sobre guerra, você provavelmente recitaria Shakespeare, certo? “Mais uma vez para a brecha, meus amigos.” Mas você nunca esteve perto de uma guerra. Nunca segurou a cabeça do seu melhor amigo no colo, vendo-o dar o último suspiro enquanto olhava para você pedindo ajuda. Se eu perguntasse sobre amor, você provavelmente me recitaria um soneto.

4. SEAN CONTINUA: Mas você nunca olhou para uma mulher e se sentiu totalmente vulnerável. Nunca conheceu alguém que poderia te destruir apenas com o olhar, alguém que parece ter sido colocada na Terra por Deus só para você. Alguém que poderia te resgatar do inferno. E você não sabe o que é ser o anjo dessa pessoa, amá-la a ponto de estar lá para sempre, aconteça o que acontecer, mesmo que seja um câncer. Você não sabe o que é passar dois meses dormindo sentado em um hospital, segurando a mão dela, porque os médicos veem nos seus olhos que “horário de visita” não se aplica a você. Você não sabe o que é uma perda real, porque isso só acontece quando você amou algo mais do que a si mesmo. E eu duvido que você já tenha tido coragem de amar alguém dessa forma. E agora, olhando para você… não vejo um homem inteligente e confiante. Vejo um moleque arrogante e apavorado. Mas você é um gênio, Will. Ninguém nega isso. Ninguém poderia compreender a profundidade do que você é. Mas você presume saber tudo sobre mim porque olhou para uma pintura minha e destruiu minha vida inteira em segundos. Você é órfão, não é?

[Will balança a cabeça, confirmando.]

5. SEAN: Você acha que eu sei o que é a sua vida, o que você sente, quem você é, só porque eu li “Oliver Twist”? Isso resume você? Sinceramente… não dou a mínima para isso. Porque sabe de uma coisa? Eu não posso aprender nada com você que eu já não tenha lido em algum livro idiota por aí. A menos que você queira falar sobre si mesmo, sobre quem você realmente é. Aí sim, eu me interesso. Eu topo. Mas você não quer fazer isso, quer? Você está apavorado com o que pode sair da sua boca. A jogada é sua, campeão.

CENA 2 – FINAL

 [Sean lendo o bilhete de Will: “Sean, se o professor ligar sobre aquele emprego, apenas diga a ele: desculpe, tive que ir ver sobre uma garota.“]

SEAN: Filho da mãe… Ele roubou minha frase.


Uma Mente Brilhante (A Beautiful Mind) – Russell Crowe, Ed Harris, Jennifer Connelly (2001)

Um gênio da matemática, John Nash fez uma descoberta surpreendente no início de sua carreira e esteve à beira do reconhecimento internacional. Mas o charmoso e arrogante Nash logo se viu em uma angustiante jornada de autoconhecimento.

Enredo e cenas

1. John Nash (Russell Crowe) chega à Universidade de Princeton em 1947 como co-recipiente da prestigiada Bolsa Carnegie de Matemática, junto com Martin Hansen (Josh Lucas). Em um evento, conhece outros alunos brilhantes, como Richard Sol (Adam Goldberg) e Bender (Anthony Rapp), além de seu colega de quarto, Charles Herman (Paul Bettany), um estudante de literatura. Pressionado para publicar, Nash se recusa a trabalhar em teorias antigas e busca algo original. Sua inspiração surge em um bar, ao discutir com os colegas como abordar um grupo de mulheres. Hansen cita Adam Smith, defendendo que “cada homem deve agir por conta própria”, mas Nash propõe uma abordagem cooperativa, que levaria a um resultado melhor. Esse insight o leva a desenvolver um novo conceito de dinâmica governante, que se torna um artigo publicado e lhe garante uma posição no MIT.

2. Nash é recrutado pelo Pentágono para decifrar códigos de comunicações inimigas e impressiona os especialistas ao resolvê-los mentalmente. Sentindo que seu trabalho no MIT é pouco desafiador, ele aceita uma missão secreta de William Parcher (Ed Harris), do Departamento de Defesa, para identificar mensagens ocultas em jornais e revistas que revelariam um plano soviético. À medida que se torna obcecado por padrões ocultos, acredita estar sendo seguido e começa a viver em constante paranoia. Enquanto isso, Alicia Larde (Jennifer Connelly), uma estudante, se apaixona por ele, e os dois se casam. Mas logo Nash se convence de que sua vida está em perigo após testemunhar um suposto confronto entre Parcher e agentes soviéticos. Durante uma palestra em Harvard, ele tenta fugir de homens que acredita serem espiões, liderados pelo Dr. Rosen (Christopher Plummer). Em pânico, agride Rosen e é sedado, sendo levado para um hospital psiquiátrico. Lá, Rosen revela a Alicia que Nash sofre de esquizofrenia paranoide e que Parcher, Charles e sua sobrinha Marcee nunca existiram.

3. Nash se submete a um doloroso tratamento e é liberado, mas os efeitos colaterais dos remédios o deixam apático. Ele para de tomá-los e sofre uma recaída, voltando a acreditar em Parcher. Alicia descobre Nash em um galpão, trabalhando em seu “projeto secreto”, e percebe o perigo quando encontra seu bebê quase submerso na banheira. Nash insiste que “Charles estava cuidando dele”, e Alicia foge com a criança. Em um momento de lucidez, Nash corre até ela e exclama: “Marcee não pode ser real! Ela nunca envelhece!” Finalmente aceitando sua condição, ele decide enfrentar sua mente sem medicamentos, e Alicia escolhe ficar ao seu lado. Nash retorna a Princeton, onde Hansen, agora chefe do departamento, permite que ele trabalhe na biblioteca. Com o tempo, aprende a ignorar suas alucinações. Em 1994, ele recebe o Prêmio Nobel por seu trabalho revolucionário em teoria dos jogos, e no discurso dedica o prêmio a Alicia, dizendo: “Só estou aqui por sua causa.” Ao sair da cerimônia, vê Charles, Marcee e Parcher ao longe, mas desta vez, apenas os encara por um instante e segue em frente.

CENA 1 – CONVERSA COM ALICIA

1. ALICIA: Qual é o tamanho do universo?

2. NASH: Infinito.

3. ALICIA: Como você sabe?

4. NASH: Eu sei porque todos os dados indicam que ele é infinito.

5. ALICIA: Mas isso ainda não foi comprovado.

6. NASH: Não.

7. ALICIA: Você nunca o viu.

8. NASH: Não.

9. ALICIA: Como pode ter certeza?

10. NASH: Não tenho. Eu apenas acredito.

11. ALICIA: Acho que o mesmo vale para o amor.

CENA 2 – NO BAR

1. NASH: Se todos nós formos atrás da loira e bloqueamos uns aos outros, nenhum de nós vai conseguir ficar com ela. Então, vamos atrás das amigas dela, mas elas vão nos ignorar, porque ninguém gosta de ser a segunda opção. Mas e se nenhum de nós for atrás da loira? Não atrapalhamos uns aos outros e não ofendemos as outras garotas. É a única maneira de vencer. É a única maneira de todos conseguirmos transar.

CENA 3 – RECEBENDO PRÊMIO NOBEL

 [Fazendo um discurso de aceitação diante da plateia do Prêmio Nobel durante a cerimônia] 

1. NASH: Sempre acreditei em números, em equações, na lógica e na razão. Mas, depois de uma vida inteira dedicando-me a essas buscas, me pergunto: o que realmente é a lógica? Quem decide o que é razão? Minha jornada me levou ao físico, ao metafísico, ao ilusório… e de volta. Fiz a descoberta mais importante da minha carreira – a descoberta mais importante da minha vida.

2. NASH: [olhando para Alicia e falando diretamente para ela] Apenas nas misteriosas equações do amor é que qualquer lógica ou razão podem ser encontradas. Só estou aqui esta noite por sua causa.

3. NASH: Você é a única razão pela qual eu existo. Você é todas as minhas razões. Obrigado.

[Aplausos da plateia.]