Saiu na CBN: dicas para melhorar a prática
A querida Leny Kyrillos (Linkedin, Instagram), em sua coluna para a rádio CBN, comentou sobre o que fazer quando você não entende algo que lê, baseado no meu artigo original abaixo.
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ABAIXO MEU TEXTO ORIGINAL (também no Linkedin)
Se você está aprendendo algo mas não entende, e se sente burro, é muito provável que uma das seguintes coisas seja verdadeira:
1. Você só está perdendo alguns conceitos de base ou vocabulário. Se você estudar esses elementos primeiro e depois voltar para essa ideia, ela ficará clara.
2. A ideia está mal expressa. Você entenderia se ela fosse comunicada com clareza. Tente encontrar uma fonte diferente para a informação, peça a uma IA para explicar o conceito de outra forma ou, o melhor de tudo, converse com uma pessoa que entenda do assunto.
3. Você só precisa refletir sobre isso por mais um tempo. Pode reler a explicação algumas vezes e depois imaginar que está tentando explicar para outra pessoa. Qual seria a primeira coisa que você diria? Qual seria a segunda? E assim por diante.
O texto acima é de Spencer Greenberg, do ClearerThinking.org, neste link aqui.
O item 3 me lembra do saudoso Mortimer Adler, que via a confusão inicial diante de uma ideia difícil não como um sinal de fracasso, mas como uma oportunidade real de crescimento. Quando você encontra um texto que parece difícil, pode ser tentador concluir que ele não é para você. Mas isso pode ser justamente o melhor sinal de que você está no caminho certo.
Adler diferenciava dois tipos de leitura: a leitura por prazer e para aprendizado. A primeira é como assistir a um bom filme — você relaxa, acompanha a história escrita e até pode aprender algo sem esforço. Já a leitura para aprendizado funciona como um treino físico: exige foco, persistência e desconforto. Quando algo parece acima do seu nível de compreensão, não significa que seja inatingível. Significa que ele está esticado o suficiente e você precisa crescer para alcançar-lo.
Nesse processo, é preciso reler, fazer anotações, buscar definições, parar e pensar. O aprendizado real exige esforço ativo. É exatamente nesse esforço que ocorre o salto: você se eleva de um patamar mais básico de entendimento para outro mais complexo. O desconforto que você sente é o equivalente cognitivo de músculos doendo após um treino: sinal de que você está ficando mais forte.
Leia mais no artigo A importância da leitura lenta, atenta e contínua.
Agora segue uma frase minha. Não sou Adler, mas quem sabe um dia eu fique famoso por esse aforismo:
“Um bom parágrafo é aquele que você precisa ler 3 vezes”
Boa leitura tripla para você.