O que aprendi com jovens com autismo

O resgate ao pensamento crítico

O resgate ao pensamento crítico

Fernando, na sua empresa, como você distingue uma pessoa arrogante de uma pessoa assertiva? Como você distingue um humilde de um passivo? 

Quem me perguntou isso foi Edson (nome fictício para preservar a identidade), um dos jovens com autismo presente numa palestra que fiz na Specialisterne, instituto que prepara jovens diagnosticados com TEA (Transtornos do Espectro do Autismo) a entrarem e se adaptarem no mercado de trabalho.

O que eu estava fazendo lá? A Specialisterne e a minha empresa na época estavam avaliando uma parceria para inclusão de profissionais com autismo no mundo corporativo. No lugar de descrever alguns possíveis perfis de vagas, primeiro fui conhecê-los pessoalmente e aproveitar para transmitir algumas dicas para uma carreira bem-sucedida.

Mas o que aconteceu lá foi o inverso – aprendi mais do que ensinei. Voltei encantado com o que testemunhei. Por isso, resolvi fazer um pequeno relato.

Entre perguntas fascinantes e reflexões profundas, percebi que suas dificuldades no mercado de trabalho, muitas vezes causadas por uma lógica literal ou sinceridade extrema, são também a base de habilidades que poucas pessoas conseguem oferecer. Fiquei impressionado com sua atenção aos detalhes, capacidade de concentração e paixão por fazer as coisas bem feitas.

Esses jovens enfrentam desafios reais, especialmente em entrevistas de emprego e dinâmicas de grupo, onde sutilezas sociais são muitas vezes mais valorizadas que competências técnicas. No entanto, é impossível ignorar o valor imenso que eles trazem, especialmente em áreas como análise de dados, automação e controle de qualidade. Durante minha interação, uma jovem chamada Júlia destacou-se pela análise crítica e questionamento lógico sobre conceitos como persistência e lógica, me lembrando da importância de pensar fora da caixa.

Meu maior aprendizado foi perceber que, ao incluí-los no mercado, não apenas os ajudamos a prosperar, mas também somos desafiados a reavaliar nossas formas de pensar e trabalhar. A convivência com esses jovens é um convite para sair da zona de conforto intelectual, questionar crenças e encontrar novas soluções para problemas antigos. Eles têm muito a ensinar, e cabe a nós estar abertos a aprender.

No texto completo, compartilho histórias reais e lições valiosas que mostram como a inclusão vai além da responsabilidade social: é uma oportunidade de transformar o ambiente de trabalho e enriquecer nossas vidas. Se você quer descobrir como o pensamento crítico e a diversidade cognitiva podem transformar não apenas sua empresa, mas também sua forma de enxergar o mundo, convido você a ler. Tenho certeza de que, assim como eu, você sairá dessa experiência inspirado.